segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Erick

Para encurtar as coisas, tio Rudolf me explicou que eu era um ser desperto e que eu possuia mágika.
Não houve tempo para detalhes nem treinamento, em menos de 2 dias descobri outros iguais a mim que estavam lutando contra inimigos artrozes.

"Vamos a casa de um amigo meu." - disse Rudolf - "Preciso vê-lo e ajudá-lo.".
"Está bem!" - Eu respondi, atônita.

Ao chegarmos em uma casa aparentemente normal, foi que me dei conta que aquele lugar não era ordinário.

Abrimos a porta e, ao entrarmos, nos deparamos com um ser que parecia o Chewbacca, mas por algum motivo eu senti curiosidade ao invés de medo.
Essa coisa era Zao, outro dos tios que eu vim a conhecer e que estava passando pelo "tiodoxo".

"Tá com fome?" - Disse eu, fazendo trancinhas nele.
"Sim." - Respondeu ele.

A casa não era minha, mas, fui na cozinha, tinha hambúrguer e coca-cola na geladeira, pão em cima do balcão. Gás e fogão, fósforo e fome.

Enquanto isso, de repente, apareu um cara e conversa qualquer coisa com Rudolf e eles saem.
Ficamos eu e o Chewbacca.
A gente comeu e talz...

De repente, aparece um cara todo ensanguentado nas pernas.
Quando eu o vi, eu tive uma vontade quase incontrolável de rir, eu pensei "What'a hell?", ele parecia estar feirdo, mas, estava andando normalmente.

Nisso, ele deixou de olhar para o Chewbacca e virou-se para mim, com um tom um pouco irônico e ostensivo:
"E você, quem é?" - disse ele.
"Aaah. Olá, eu sou a Ana." - respondi um pouco intrigada.
"Você está bem?" - falei eu tentando não rir mas, ao mesmo tempo, preocupada.
"É, pode se dizer que sim. Quem trouxe você aqui, Ana?" - Perguntou ele.
"Rudolf." - Respondeu o Chewbacca. - "Ela é aprendiz dele, Erick."

A sobramcelha dele se ergueu ao analisar cautelosamente a menina (eu) a sua frente.
Ele conseguiu produzir, simultâneamente, uma cara de surpresa-desconfiança-e-não-acredito-que-essa-fedelha-é-aprendiz-de-Rudolf. Depois dessa feição quase enigmática, ainda com a sombrancelha de pé, ele comentou: "Rudolf é como um pai pra mim. Se você é aprendiz dele, então, devo acreditar que você tem alguma competência. Seja bem vinda."

Eu só consegui dizer uma coisa: "Tio, 'cê tá mestruado?"

HAUHAUHAUHAUHAUHAUHAUHAUAHUAHAUHAUAHAUHAUA

Foi aí que ele se tocou que tava todo ensanguentado, apesar de ter me fitado com uma cara de "Homem não mestrua, porra!".

"Errr... Vou tomar banho, me aguardem aqui."
"E para de me chamar de 'tio', está bem?"

"Tá bom, tio."
"..."
" =D"
"¬¬"

* * *

Após um demorado banho, ele desceu as escadas e perguntou: "Pra onde foram todos?"
"Eles saíram, foram resolver alguma coisa, tinha um tio aqui com uma espada quando eu cheguei, que acompanhou o tio Rudolf, eles foram juntos a casa de num sei quem e..." - Eu estava um pouco confusa com as informações.

"Venha comigo até o meu quarto" - disse Erick.
"O quê?" - eu respondi.
"Venha de uma vez!" - Falou isso subindo as escadas.
"Tá bom, tio." - respondi de contra gosto.

Chegando lá no quarto dele, havia um computador, mas, não era um computador normal, tinha umas 5 telas grandes, um teclado monstruso, era "O PC".

"UAU" - eu falei de boca aberta.
Ele não falou nada, mas, fez aquela cara de "eu sei, é meu!".


 Tio Rudolf, Tio Sammy e tio Dean chegaram.
 Nós descemos.

"Olá, Erick. Vejo que voltou a andar." - Falou Rudolf com aquele tom de voz paternal que lhe era comum.
"Sim. Mas, quem ou quê é essa coisa peluda que está em cima do sofá da MINHA CASA?" - Perguntou Erick.
"É o Zao, curtindo um pouco do paradoxo da mágika vulgar que fez." - Disse Dean.
"Ah, vejo que você já conheceu a Ana. Ela é minha aprendiz." - Falou Rudolf colocando a mão no meu ombro.

Erick olhou para Rudolf com aquela cara de cético, que logo foi quebrada pela frase a seguir:
"Porém, acho que não terei muito tempo para ensiná-la agora. E, como você é o mais forte e mais sábio, importaria de tornar-se o mentor dela temporáriamente?" - Rudolf disse isso com um tom de voz tão calmo e convincente, que vi o ceticismo de Erick curvar-se a simpatia de Rudolf.

"Claro que não, seus amigos são meus amigos, Rudolf. Serei o mentor dela, então."

* * *

Sabe o big-bang?
Ninguém ouviu o barulho ou, seria capaz de reproduzir o som com precisão - mago ou não.
Mas, naquele momento, nascia um novo universo.
Não posso dizer que ouvi, ou que alguém fora capaz de perceber.

Havia algo mágiko no ar:
- Amizade.

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